segunda-feira, 29 de junho de 2009

The Laughing Dogs



No post anterior, descrevi que a capa que seria usada no álbum do Wicked Lester veio ao mundo no trabalho de estréia da banda The Laughing Dogs, em 79.

Os direitos das gravações do Wicked eram detidos pela CBS, que em 76,  no auge do KISS, iria lança-las num ato muito oportunista. No entanto, KISS e Neil Bogart, presidente da Casablanca Records, compraram os direitos pelo valor de U$137.500 na época.

A capa, porém, seguiu nos arquivos daquela gravadora e, enfim, foi usada no álbum dessa banda que surgiu do underground de Nova Iorque, assim como o KISS.

O som dos caras, além do power pop, estilo inspirado no pop e rock dos anos 60, contém fortes traços de rock e punk. A banda tem um lado bem comercial, com músicas fáceis de se pegar, que viraram hits em alguns países.

Temos muitos destaques como:

Get I'm Outa Town e Low Life, que mostram uma forte influência de hard rock e possuem refrões marcantes.

I Need A Million é o punk do trabalho, suja e enérgica.

It's Alright, It's Ok é um pop de grande qualidade com ótimos arranjos, tem o refrão forte e nos remete ao KISS de Dinasty e Unmasked e ao solo de Peter Criss.

Round and Round é uma grandiosa balada rock, que mostra o entrosamento e talento do grupo.

It's Just the Truth é a mais divertida do álbum, direta mas muito bem trabalhada, lembra The Who em alguns momentos.

Quem tiver curiosidade em conhecer o som, pode baixar o trabalho no link abaixo. Acho difícil se arrepender!

sexta-feira, 26 de junho de 2009

Wicked Lester


Histórico


Em 1970, Eugene Klein (posteriormente Gene Simmons) formou o Rainbow, juntamente com o seu amigo Brooke Ostrander, antes mesmo de surgir a banda de Richie Blackmore que tinha o mesmo nome.

Nesse ano, se juntou ao grupo Stephen "Steve" Coronel, que após um tempo de trio, sugeriu a entrada Stanley Eisen (depois Paul Stanley).

Steve Coronel

Estava feita a união de Paul e Gene, respectivamente guitarrista base e baixista, além de principais vocalistas da banda.

Ostrander era responsável pela percussão, flauta e teclados, enquanto Coronel era o guitarrista solo. Ainda passaram pelo Rainbow dois bateristas, Joe Davidson e Tony Zarella, mas foi com a entrada desse último que a formação estava completa.

Descobriram que havia outro grupo com mesmo nome e, então, mudaram para Wicked Lester.

O som deles era repleto de versões e poucas composições próprias, mas, conseguiram com que um álbum fosse gravado para a Epic Records, com a condição de que Coronel saísse, pois não tocava muito bem. No seu lugar entrou o músico de estúdio Ron Leejack. A produção ficou por conta de Ron A. Johnson e Eddie Kramer.

Da esquerda para direita: Ron Leejack, Gene Simmons, Paul Stanley, Brooke Ostrander, e Tony Zarrella

A track list era:
1. Love Her All I Can (Stanley)
2. Sweet Ophelia (Barry Mann/Gerry Goffin)
3. Keep Me Waiting (Stanley)
4. Simple Type (Simmons)
5. She (Coronel/Simmons)
6. Too Many Mondays (Barry Mann/Cynthia Weil)
7. What Happens In the Darkness (Tamy Lester Smith)
8. When The Bell Rings (Austin Roberts/Christopher Welch)
9. Molly (Stanley)
10. We Want To Shout It Out Loud (The Hollies)

O trabalho nunca foi lançado oficialmente, inclusive, foi renegado pelo diretor de A&E da gravadora, Don Ellis. A sua capa, no entanto, foi usada no álbum de estréia da banda de power pop The Laughing Dogs, em 79.




Paul e Gene acreditavam que a falta de sucesso se dava ao som, calcado no rock, pop e folk, e também à imagem pouco significativa que tinham. Eram apenas mais uns. Decidiram, então, mudar sua proposta, com um som mais direto e visual original.

Tony Zarella saiu da banda, em seguida Brooke Ostrander também, por achar que o projeto não chegaria a lugar algum.

Wicked Lester recebeu depois Peter “Criss” Criscuola e Paul “Ace” Frehley, mudaram seu nome para KISS e o resto da história nós conhecemos.

Wicked Lester como trio: Paul, Peter e Gene

Compilação

O material do Wicked Lester se espalhou pelo mundo em compilações incluindo o que seriam as gravações oficiais e demos. Disponibilizo a melhor que encontrei na web ao final do post.

Podemos notar claramente que o som tem mais elementos, mas perde em punch. Ainda assim o rock e guitarras estão presentes, mas sem muito peso. Gene está cantando de forma mais suave e em tom mais agudo - ainda não tinha despertado o demônio nele. Já o vocal de Paul Stanley está excelente.

Temos momentos bem animados com Sweet Ophelia, Simple Type e When The Bell Rings, onde nas duas últimas Paul e Gene dividem os vocais.

Love Her All I Can e She estão bem próximas das versões gravadas depois em Dressed to Kill, no entanto diferem pelos elementos pop e folk e o ritmo mais primitivo, com coros nada agressivos e She contando ainda com uma flauta ao estilo de Jethro Tull.

Um ponto alto da compilação é a bela música Long Long Road, de autor desconhecido, que não entrou para o track list do álbum. É uma linda composição, bem folk, interpretada de forma espetacular por Paul, com a voz madura e bonita, demonstrando total conforto em tons mais baixos.

Se Paul e Gene tivessem apostado nesse projeto, dificilmente seriam o que são hoje, mas com certeza o trabalho tem qualidade e merece a audição dos fãs do KISS!

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